quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Jurei

-Mas eu não tenho o que dizer.
-Então escreve sobre não ter o que dizer.

Descobri agora que odeio gente que fala sem ter o que dizer, e já me sinto idiota o suficiente por não ter a menor ideia do que tô fazendo agora, registrar minha inutilidade no mundo me parece pior ainda. Agora, pelo menos pensei em odiar, e odiar já é uma coisa pra se falar.
Mas aprecio a sua vontade de elevar minha autoestima, falando que não gostou da música daquela menina que te mostrei e que eu sei escrever melhor.
Vai demorar, porque já ia começar a falar de você. Quero ser um pouco mais original, já que você tá longe. Já que você não tá aqui pra curtir minha TPM. Já que você me deixou nessa cidade sem mar e imunda e chata e chuvosa.
Queria escrever algo incrível sobre minha super trajetória de casa pro estágio. Algo sensacional sobre a festinha cult no terraço. Algo emocionante sobre a reuniãozinha da firma.

Mas parece que o incrível, o sensacional, o emocionante eu tô deixando pra fevereiro.



sábado, 20 de outubro de 2012


Gente tem medo de gente que não tem certeza do depois, de gente que deixa o depois para depois, e vive o agora. Mas amor é, como sempre digo. O amor é sempre, não há com o que se preocupar.

Mas confesso que te amo quando, no estado de vigília, ouço sua voz pertinho do meu rosto me fazendo promessas eternas. E acordando aos pouquinhos, tentamos pensar em como poderíamos viver o que somos hoje pra sempre, fazer o nosso "pacto". Num insight relâmpago, percebo que o pacto já está feito, que é andando juntinhos assim que vamos bem.

A gente tem o eterno amor de além.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012


Passo por de baixo de uma estrutura de ferro, daquelas que restauram prédios. 6 segundos depois parecia infinito, e ainda me faltavam alguns 30 passos. Aí pensei como é que eu não morro com todas essas pessoas passando e roubando a vida com os olhos. A Paulista é chata para quem enxerga bem.

domingo, 1 de julho de 2012



Me dou melhor com distância de longe do que de perto.
Não consigo me distanciar de perto, é como uma traição não se envolver totalmente. 
E a distância não quer dizer ausência total, é que às vezes sinto cada vez mais egoísmo.
Se é tão difícil ser sensível para perceber o outro a qualquer momento, você tá morto. A maior parte do tempo preocupado demais pensando em você mesmo. Que preguiça! 
Egoísmo é preguiça. 
Entender o outro é esforço, a sensibilidade é o sentido base para qualquer pessoa viva. 
Não morra dentro de você mesmo. Se esforce para entender, e entender é compartilhar. Renuncie a maior parte do que você entende por você, porque compartilhar com si próprio não existe, não É.
SEJA Amor.

quinta-feira, 14 de junho de 2012


Onde eu vim parar?

Cheguei cambaleando, de perna bamba e solta...

E eu me pergunto o que é que eu sou...
Vai ver eu não sou mesmo nada.
E eu me pergunto o que é que eu fiz...
Vai ver que eu não fiz mesmo nada.

Talvez eu deva ser forte,
Pedir ao mar por mais sorte
E aprender a navegar...

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Mdma


De mãos dadas, como costumamos descer a avenida, pensei que se apertasse mais forte sua mão nós seríamos mais fortes... ou pelo menos mais pesados. Não só pela nossa magreza, é que a noite era tão calma e até as luzes dos faróis altos e os sons dos carros de São Paulo viraram poesia. Me sentia tão leve que não sentia mais o chão... E você me respondeu com o mesmo aperto forte, que durou até o número 845.

Juntos somos nós.

Para o meu melhor amigo...

sábado, 24 de março de 2012



Eu sonolenta ainda enxergando embaçado, entrei naquele banheiro antigo e vi a luz da janela diagonal batendo em você, escovando os dentes com o pé apoiado no joelho que nem um macaquinho, como eu sempre fiz a vida inteira mas por algum motivo estúpido parei com essa coisa de ser estraínha e parecida demais com o meu pai.
Uma mistura de medo e ansiedade de acabar logo com isso que eu não sei aonde vai parar, me fez ter a paciência de disfarçar que não percebi você me olhando do outro lado do espelho aberto, e sentar na banheira escovando meus dentes te olhando sem explodir de vontade de dizer tudo o que percebo quando estamos perto e por querermos chegar no mesmo lugar.

É tanto...

sexta-feira, 16 de março de 2012




E quando abriu os olhos, ela sentiu: eu existo!
Por segundos eternos ela morreu, esqueceu de tudo que faz permanecer.
Saiu dançando só com o corpo, passando por todos os outros mortos-vivos... Fecha os olhos e (relembra) vive, que estar em sintonia é apenas ser você.
Aqui jaz um cadáver do meu ego.


O quanto essa força é poderosa...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012



O semáforo mudando de cor enquanto eu ando no meio da rua vazia me convence.
E quando a gente brinca de verdade ou mentirinha, a diversão é iludir, não é?
Adoro me convencer iludindo. É tão novo. E meu. Mas só me convenço e deixo convencer quando penso, digo e faço em harmonia.
É que cansei de ser só eu... Inovando e acreditando o tempo todo nas mentirinhas alheias pra se tornarem boas verdades. Ainda se apossam das minhas mentirinhas convincentes e saem por aí, cantarolando como se fossem suas! E são, porque dou tudo o que entendo por meu. Mas sinto... A impressão que tenho é que eles se bastam em viver de ilusão... Eu sinto muito.
Quero mais que fabricar ilusões... Quero que elas se façam sozinhas, sem eu estar sempre no comando.

Bem natural...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Desculpa



Eu fui pegar água pra matar minha sede de mentirinha só pra passar por perto. E ele deitado no sofá falando no celular me chamou, uma, duas vezes... E como uma adolescente apaixonada fingi que não era comigo. Saí andando e reclamando pra um garoto que não dava pra beber água num copinho de café... E pensando o porque não ia sentar lá como eu e a Cláudia sempre fizemos por aí até agora.
A vontade de ficar perto e ao mesmo tempo sair correndo me deixou uns 2 minutos em pé procurando uma pose, que por falta de tempo, acabou sendo a de ficar escorada no balcão da recepção mesmo.
Ele veio perguntando se eu tinha conseguido beber água... E aquela luz baixa favorecia tanto seu cabelo, sua pele, seus olhos, todos os porinhos do seu rost... Hã? Que água? Era um príncipe loiro azedo na minha frente!!! Foi aí que lembrei o porque quase fiquei com torcicolo da primeira vez que vc passou de relance por mim...

terça-feira, 24 de janeiro de 2012



Ela não sabe o que e quem é quando escreve. E um sábio lembra que um dito espirituoso é um epigrama sobre a morte de um sentimento…
Mas não quero que isso pareça uma de suas auto-afirmações. Às vezes sinto que ela escreve pra tentar parecer ser mais babaca... E por um estranho gosto em estragar tudo.
Cansei de ser a babaca-reflexo de todos os babacas que já estiveram aqui.
Dá preguiça de estragar tudo como sempre, de novo e de novo e de novo...
A vontade de perder a linha e escrever sobre tudo o que eu sei fica quase incontrolável. Pra matar logo essa babaca que só existe porque vive nos bastidores quietinha, sem ninguém incomodando.
Queria lembrar de tudo o que já entendi.

Mas ela só quer mesmo pensar em coisas mais normais…

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012



Ainda mais você... Que nunca vai atoa pra lugar nenhum.

Hoje te vi até com a sua tatuagem no braço direito (só que era de dragão, horrenda) virando a esquina. Outro dia foi na praia, todo meio barrigudinho e corcunda (como você é naturalmente, não fingindo postura), de sunga e óculos escuros, disfarçando e olhando pra minha bunda...
Ontem foi na padaria, lendo jornal concentrado, com uma perna dobrada em cima da outra, como você sempre senta pra se sentir o galã do momento.

Até quando vou quase morrer de ataque cardíaco por alucinar que ele tá em todos os lugares?