terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


Ela acordou e ele já não estava lá. Se arruma rápido aliviada, pois despedidas nunca foram o seu forte e ela odiava quando as coisas saiam toscas... Como um tchau desajeitado, vira pro lado ou pra frente, responde ou fica quieta fazendo a exótica, fala ou não uma frase de efeito pra ele ficar pensando nas próximas horas...
Pelo menos seria uma saída triunfal pra uma boa despedida, à francesa! A última vez.
Parada encostada na porta, olhando as paredes pixadas durante uns 10 minutos... Pra guardar bem a cena. Fecha a porta, já do lado de fora e ela nunca sentiu angustia maior. O gesto quase que involuntário de suas mãos cobrindo seu rosto, como se fosse possível esconder tudo aquilo.
Olhando parada a porta do elevador, sem chamar, ela espera... Quem sabe a porta não abre sozinha com ele dentro, tipo cena de filme... E ele a arrasta de volta pra casa? A porta abriu, não tem ninguém.
Pô vida, nem pra me dar um final meio feliz! Tem que ser sempre na exótica? Sai do prédio, com a cara toda junta, mas até que não foi tão ruim... Olha esse sol lindo, esse dia! ''O que são meus problemas e eu perto disso?''.
(Ah! Brigada viu! Sempre me tira e põe as coisas quando quer... Tô ferra...)
Ele vindo com o celular no ouvido do outro lado da rua em minha direção, via tudo embassado, caiu um cisco, sabe? Não sabia quem era... Mas quando senti aquilo, o que chamo de sintonia, tratei de desjuntar a cara toda e fomos nos aproximando... Ele com uma sacolinha, desligou o celular, falou que ligava depois... Não vou esquecer daquela boca semi aberta, com o sol batendo forte naquele olho cor d'agua. Parecia que todos os barulhos não atingiam meu ouvido e eu só prestava atenção nos sons que ele fazia.
Já vai embora?
Achei que você tinha me deixado lá... (patética)
E eu deixei, fui resolver minhas coisas né...
O que você tem aí na sacola?
Umas coisas que comprei, reabastecer né. HEHE
(seu sem graça...)
Não sabia o que falar, não podia falar... Tinha certeza de que aquele era o último e eu já não queria mais estragar tudo como sempre, me culpava. Tinha vontade de que me chamasse de volta, eu senti que ele queria que eu voltasse. Mas nunca ia voltar atrás, nunca. Ele gostava de falar as coisas e se achar decidido. Apesar de eu saber que não é e nem nunca foi. Ele queria mais que tudo que eu voltasse por mim, dizendo: Ah então eu vou voltar junto com você.
Não podia fazer isso, não tinha mais forças pra ir sozinha sempre...
E o mais angustiante era saber que você queria... Você aprendeu em algum lugar não-sei-quando a abstrair as coisas ao infinito. Até o que tem mais vontade de fazer. Eu sei disso. E sinto muito. Porque não posso ter alguém tão desnecessário pra mim...
Você ganhou.

2 comentários:

numanicebazar disse...

E ela é taum gente fina,taum inteligente,capaz de aceitar a situação da maneira q tem q ser!É mulher,é decidida,diferente de mtas por aí...e ela sabe oq guarda dentro do seu coração,n esconde,n tem medo!Sabe tb q nda é p/ sempre e mto menos por acaso...mas ela segue em frente, c/ mto amor em seu peito,a lembrança do tempo a humildade na mão e c/ os amigos de verdade em seu coração!

na boaaaa....essa hr c/ esse kbelo???
aiuhuiaha
chega de fazer a exótica fuiiii
bjux...aquela q tu sabe o nome...vai vendo!

Marcela CR Almeida disse...

e ele ganhou mas na verdade sai perdendo. o problema é que só eu sei, ou será que ele esconde saber? Se eu nunca vou saber, por que é que doi? Sem ganhar sem perder.. lá se foi a historia que eu queria contar a se tornar simplesmente uma historia..